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Monday, 09 March 2009 21:00

UHE de Lajeado: um estudo do cotidiano do reassentamento de Luzimangues

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Aline Gonçalves Sêne*

O reassentamento de Luzimangues está localizado no município de Porto Nacional – Tocantins, às margens da TO-080, e é formado por 83 famílias impactadas pela construção da Usina Hidrelétrica Luis Eduardo Magalhães (UHE), instalada no município de Lajeado. O reassentamento é uma área rural que está aproximadamente à 20 quilômetros da Capital do Estado, Palmas. E as famílias que o constituem são oriundas de fazendas e vilas que ficavam as margens do rio Tocantins: as fazendas Ribeirão do Maia, Sapezal, Brejinho da Vila da Balsa e Mutuca e os loteamentos Maria da Balsa e Vila Luzimangues.

A partir do estudo avaliamos que o Rio Tocantins é um marco na identidade cultural desse povo, as famílias lutam para não deixarem os hábitos e a cultura de um ribeirinho. A relação desse povo com o rio é forte e vai além das formas de plantações, pesca e extrativismo, está ligado com o reconhecimento de seu lar. A modificação do rio, o desaparecimento das praias e ilhas, da fauna, da flora infere no cotidiano desses atingidos, interfere diretamente na sua maneira de ver o que o cerca. Uma hidrelétrica gera, além do impacto ambiental, social, um grande impacto na cultura de um povo, nas suas crenças, no seu jeito de cultivar a terra, de se relacionar com a família, de comercializar suas produções, de se alimentar.

A referência metodológica da pesquisa foi a etnografia, onde o pesquisador é o principal instrumento na coleta de dados, sua base é a relação entre observador e observado. Observação participante pautada na compreensão das lógicas locais e o significado sociocultural de suas práticas. A busca pelo entendimento de uma dada realidade através da vivência e convivência. Sendo que as técnicas de investigação utilizadas foram: revisão bibliográfica, observação e entrevistas.

A pesquisa de campo no reassentamento de Luzimangues teve uma primeira visita em dezembro de 2005, momento de decisão pelo objeto de estudo. E depois em dezembro de 2006, com as leituras realizadas e o método definido iniciamos visitas sistemáticas. O procedimento para a escolha das famílias como sujeitos da pesquisa ocorreu de modo aleatório simples. Foi realizado um sorteio com base na lista das famílias disponível no Diagnóstico Agronômico, Econômico e Social . A forma de sorteio deu-se através da escolha entre os números 02 a 314, número dos lotes das chácaras. A escolha dos números foi realizada pela estudante Valquíria Pereira Lima, filha da representante do MAB em Luzimangues, Maria Níris Pereira Lima.

O trabalho de campo foi realizado no período de dezembro de 2006 a janeiro de 2007 com um total de 12 visitas e 19 entrevistas, algumas gravadas e outras manuscritas de acordo com a disponibilidade do entrevistado. Dois meses de idas, observação, almoços, xícaras de café, fotografias, jogos de sinuca e passeios pelas casas, plantações de milho, mandioca, as hortas, aprendendo as relações socioeconômicas e culturais no reassentamento de Luzimangues.

Artigo publicado na Biblioteca Online de Ciência da Comunicação, clique e confira a íntegra.
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*SÊNE, Aline Gonçalves. Comunicação Popular: um estudo das mediações no reassentamento de Luzimangues. 2007. 60p. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Comunicação Social – Jornalismo) – Universidade Federal do Tocantins, Palmas, 2007. (E-mail:
This email address is being protected from spambots. You need JavaScript enabled to view it.) Orientadora: Dilsilene Maria Ayres de Santana. Co-orientador: Paulo Rogério Gonçalves

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