Monday, 02 April 2018 13:09

A MUNDIALIZAÇÃO DA AGRICULTURA BRASILEIRA Featured

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Este livro tem uma história particular. Ele nasceu da vida invocada

que levo.Nasceu como desavença do vencido, para não o ver vencer.

É assim a vida, tarde, porém, é vida, sempre viva, sempre linda. Não

vou contar os desatinos, pois eles existiram. Não vou lamentar nada,

pois, ele é tudo o que jurei um dia dizer. Por isso, ele falará por si só

em mais uma edição piloto, mas, novamente, minha. Não há o que o

trabalho não faz.

APRESENTAÇÃO

Terminar um livro é terminar um projeto. Ele nunca acaba. Sempre há algo novo para colocar em suas páginas. Assim, este livro nunca estará findo. Mas fazer o que, é sempre assim. A alegria de ver um novo trabalho terminado, é sempre a mesma alegria de vê-lo começando. É a luta do tirar e por. Cada vez que se põe um livro na praça, a praça já está pedindo outro. É assim a vida de quem faz da vida uma doação.

Mas, enfim o livro está aí como um processo. Primeiro foram as teorias que lhe deram suporte. Depois, com muito carinho foi a sequência do método. Juntos teoria e método fazem a práxis. A práxis leva a uma outra teoria, e assim, vai seguindo. Da teoria e do método nasceram os conhecimentos que o livro contém. Não são muitos, mas são precisos e certamente, trarão problemas. Problemas que serão objetos de outros livros, ou de outras conversas. Uma aqui outra ali, muitas conversas.

Mas este livro tem uma história particular. Ele nasceu da vida invocada que levo. Nasceu como desavença do vencido, para não o ver vencer. É assim a vida, tarde, porém, é vida, sempre viva, sempre linda. Não vou contar os desatinos, pois eles existiram. Não vou lamentar nada, pois, ele é tudo o que jurei um dia dizer. Por isso, ele falará por si só em mais uma edição piloto, mas, novamente, minha. Não há o que o trabalho não faz.

Assim, cabe apenas contar a história dele. Uma história simples, como simples são os ensinamentos magistrais. Uma história simples porque ele é isso, um livro simples a falar coisas grandiosas. Vamos a ela. Um dia, a muito tempo lá pelos anos 90, comecei a guardar materiais que esperava um dia usá-los. Já usei parte deles pelos grandes e pequenos textos que publiquei. Um deles tem a ver com a mundialização. Sim mundialização e não globalização. Muitos já escreveram isso. Mas, não faz mal, recuperar o passado.

Mundialização é isso mesmo. Foi um conceito caro que rendeu muitos debates. Ele marca em si o espírito do livro. E com ele, a presença de François Chesnais. Mas, ele também marca a presença de Marilena Chauí e seu verdadeiro receituário sobre o neoliberalismo. Por isso, ele inicia-se pelo debate entre globalização e mundialização, sem nenhum juiz dizendo qual era a ordem. Porque a Ordem desapareceu do mundo no

outubro de 2008. Porque preocupar-me com uma coisa que a própria história tinha negado?

Foi assim que o projeto do livro se iniciou. Não havia nem pé nem mão para tocá-lo. Mas, era preciso escrevê-lo. Por isso sua história é a história dos anos 90. Era o debate sobre globalização e a história que se fazia real da formação dos grupos econômicos poderosos que moldaram a história neste limiar de novo século. Um precisava do outro: FHC de Lula e Lula, que triste solidão, de FHC. Está é a parte da história que esse livro

conta: de como se preparou a feição tropicalista da mundialização. De 1990 a 2015 é o tempo que a história vai se movimentar. De um superpresidente fantoche, Collor de Melo até uma presidenta que virou fantoche, Dilma. No meio os dois astros FHC e Lula.

Um aspecto da história do governo FHC que estruturou os grandes grupos econômicos atuais, e o governo Lula onde eles reinaram com senhores de si e de muitos petistas. Foram treze anos de governo petista para acabar tudo no décimo quarto ano, trocados por um fantoche de “presidente” que eu me recuso a nominá-lo: uma temeridade.

No meio de tanta conversa, a histórica (mal contada) entrada do capital mundial no setor sucroalcooleiro. Mal contada, porque não se viu outra história do que aquela que falasse de uma saída dos estrangeiros do setor, que somente se sustenta com brasileiros a frente do negócio, e já faz muito tempo, um tempo longo, um verdadeiro longuíssimo tempo.

Aqui meu encontro com parte da esquerda de nosso país que quer ver os estrangeiros por aqui, custe o que custar. Mas, foi a parte mais curtida do livro e mais longa. O livro trouxe o que a história mostrou. Foi uma grande ópera bufa, está coisa dos estrangeiros tomando as rédeas do setor açucareiro. Vendem açúcar e etanol aqui como já (a longuíssimo tempo) já venderam somente o açúcar. Mas, sem produzi-lo. Agora, tem na

história a doideira de se produzir também aqui, o que os empresários brasileiros sempre produziram.

Junto vieram a produção em outros setores. Da cana, silvicultura, soja até os hoje lendários senhores brasileiros da carne de boi, suínos e aves, etc.

Terminá-lo foi uma epopeia. Primeiro, foi a aventura de fazê-lo para sair como edição da Anpege. Não deu certo, talvez porque não tinha que dar. Mas, agora sim ele sai como edição do próprio autor. Talvez tenha sido melhor assim.

Isso foi só um aperitivo, espero que vocês gostem do livro. Ele deu muito trabalho e muitas horas tiradas do convívio com minha família. Não faz mal, todos compreenderam, um dia, quem sabe.

Nos dias de recuperação de minha saúde.

Uma prova de que eu estou vivo, vivíssimo.

Ariovaldo Umbelino de Oliveira

(Havia me esquecido de lembrar que antes do livro dois textos foram publicados,

um na Geocrítica da Colômbia e outro em capítulo de livro em minha passagem

pela Universidade Federal do Tocantins)

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